● Aneliese Moore ●
Eu reviro os olhos e me levanto do sofá, indo até a cozinha para pegar mais suco, mais para me ocupar do que por sede.
— Emy, você já parou para pensar que, talvez, eu não queira um encontro? Que talvez eu esteja perfeitamente feliz com minha vida do jeito que está? — Eu me viro para encará-la, apoiando as mãos no balcão. — Sério, por que é tão difícil para você e a mamãe aceitarem que eu não quero o mesmo que vocês?
Ela abre a boca para responder, mas hesita, e por um momento, vejo algo diferente em seus olhos. Não é só a teimosia de sempre
— é preocupação, talvez até medo. Medo de que eu esteja me isolando, de que eu esteja "desperdiçando" minha vida. E, por mais que isso me irrite, uma pequena parte de mim entende. Ela só quer o melhor para mim. O problema é que o "melhor" dela não é o meu.
— Ane, eu só quero que você seja feliz. — Ela diz, finalmente, a voz mais suave. — E às vezes, sinto que você está tão focada em ser independente que esquece de se abrir para