● Aneliese Moore ●
O som do sax preenche o ar como uma fumaça dourada, sinuosa, que parece se enroscar nas pessoas, nos copos, nas conversas que sussurram entre mesas. O bar é pequeno, mas tem alma de gigante — cada canto vibra com um tipo de magia que não se explica, só se sente.
As luzes são amareladas, suaves, quase tímidas, projetando reflexos sobre as garrafas que decoram o balcão. O aroma de vinho e madeira antiga se mistura ao perfume de especiarias e ao som abafado de risadas que escapam entre uma música e outra. Há algo de acolhedor naquele caos harmônico, como se o tempo tivesse diminuído o passo apenas para que a noite durasse um pouco mais.
Jade está sentada ao meu lado, os olhos brilhando de alegria pura — ela bate o pé no ritmo da música, acompanha o refrão com um sorriso nos lábios e faz amizade com o garçom como se já o conhecesse há anos. A energia dela é contagiante, um furacão gentil, e mesmo eu, que planejava apenas relaxar em silêncio, acabo me rendendo àquela atm