Capítulo 7

Essa primeira apresentação será coletiva. São várias barras de pole dance em palcos espalhados pelo salão onde cada uma de nós fica em um. Iremos dançar a música “Igloo - Kiss of life” para a essa apresentação que tem tema de Páscoa ( mas isso é só uma desculpa para a fantasia de coelhinha).

Chego ao camarim onde todas já estão se montando. Dalila vem correndo dando pulinhos animados em minha direção.

- Aí amiga!! Está animada?? - a olho incrédula. Acho que ela realmente gosta de trabalhar com isso. Resolvo não fazer disso uma questão.

- Estou sim! - e até que, na verdade, eu realmente estava. Dançar, me apresentar, são as coisas que mais amo fazer na vida. Então, sim! Eu estava animada, por mais difícil que fosse pra mim admitir isso. Ainda mais quando penso no dinheiro que irá ajudar minha família. Paola foi uma gênia quando tocou nesse assunto comigo lá em cima. Me lembrou o porquê de eu estar fazendo isso.

- Vou te ajudar a se arrumar e… - Dalila segue falando rápido e…muito! Solto gargalhadas das besteiras que ela começa a me falar para me relaxar. Amo essa garota!

A primeira apresentação começa e alguns caras da mesa a qual eu estou dançando jogam bolinhos de dólares, alguns colocam notas no meu decote e na barra do maiô próximo da minha bunda. Alguns são respeitosos e outros já tiram alguma casquinha, o que me deixa um pouco desconfortável. Jonh me disse mais cedo que se eu sentisse que algum cliente passou dos limites era só eu fazer um gesto para o segurança que ele viria advertir o cliente ou tomar medidas mais sérias dependendo do caso.

Nas salas VIPs também tinham botões de pânico caso algum cliente se exaltasse. As portas eram abertas por cartões magnéticos para facilitar a entrada de segurança em situação de risco para nós.

Isso também me trouxe mais a sensação de segurança.

Finalizo a apresentação no chão, deitada com a cabeça pra fora do palco, olhando de ponta cabeça para meus clientes. Me forço a dar um sorriso malicioso para eles e eles enlouquecem colocando mais dinheiro no meu decote já que essa posição valoriza a visibilidade do meu colo.

Saio um pouco nauseada da apresentação. Estou trabalhando meu psicológico pra não sentir tanto esses contatos indesejados já que vão fazer parte da minha rotina a partir de agora mas, sendo bem sincera, é bem difícil ter homens estranhos me tocando, mesmo que de leve.

Não sou nenhuma santa. Na verdade sempre gostei muito de sexo e já tive alguns parceiros sexuais. Me considero até bem experiente nesse assunto. Mas é completamente diferente quando você tem atração pela pessoa para quando você tem interesse só um mais alguns dólares no seu decote. Sinto um pouco de repulsa com as lembranças mas estou trabalhando nisso!

Chego no outro camarim, um exclusivo para as apresentações solo, e me troco. Jonh me solicitou que fizesse uma apresentação sozinha para o público geral. No início achei que era normal, mas Dalila me explicou que só 2-3 meninas se apresentam sozinhas por noite e que é uma chance maior de conseguir mais gorjetas e uma dança privativa.

Ele pediu para eu repetir a apresentação de “One of the girls - The Weekend” e rasgou elogios à minha primeira apresentação para ele e Paola. Fiquei até meio sem graça de tão bem que ele falou de mim…ficar esperta com esse Jonh: check!

Troco meu figurino para a dança final e reforço a maquiagem. Este camarim é separado do das danças coletivas. Ele é amplo, tem uma penteadeira com lâmpadas em volta do espelho para melhor iluminação durante a maquiagem. Tem também uma arara enorme em uma das paredes com vários figurinhas. Se não fossem as circunstâncias eu poderia jurar que sou uma superstar.

Dalila aparece no camarim.

- Uauuu! Paola caprichou no seu look da apresentação solo! Você está perfeita! - ela diz maravilhada.

- Sério? Você gostou? Estou me sentindo meio…puta?- digo rindo.

- Amiga! Desencana disso! Aqui somos meio puta mesmo - ela diz colocando a mão no meu ombro. Olhamos sérias uma pra outra e logo em seguida caímos numa gargalhada.

- É verdade, mas as vezes se enganar é a melhor opção! - rimos alto.

- E, olha! Prepare-se! Porque, com aquela apresentação que você fez da primeira vez e esse look, tenho certeza que vai chover danças privativas pra você hoje! - mordo o lábio, ansiosa. - Amiga, relaxa, você vai fazer muito dinheiro. Está aqui para isso, lembra? E, se caso um gostosão aparecer pra você rebolar no colo dele, transa! Sei que deve ter até teia de aranha aí e você ainda vai levantar uma grana - ela aponta pra minha virilha rindo da minha cara.

- Vai se fuder! Nem tem tanto tempo assim! Deve ter o que?? - tento puxar na memória…

- Amiga! Seu último foi o Josh! Deve ter, sei lá, uns 4 meses isso! Quem fica quatro meses sem transar, gente? - ela me olha incrédula.

Eu também estou pasma. Não tinha reparado que já estava a quatro meses sem transar. Foram tantas coisas nesses últimos meses…mudanças nas famílias para as quais eu trabalhava de babá, as aulas de street dance para as meninas da comunidade, depois fiquei um tempo desempregada, saia todo dia em busca de emprego e chegava em casa exausta de tanto andar, já que estava evitando gastar com transporte. Pelo menos isso me rendeu uma bunda bem durinha e empinada.

- Deve ser por isso que tenho andado tão tensa… - ela ri e sai do camarim me deixando com meus pensamentos.

Olho no relógio, já já me anunciam no palco. Termino minha maquiagem com um batom bem vermelho. Decido procurar um gostosão na plateia e dançar com foco nele, tentar fingir pro meu cérebro que tenho que conquistar alguém. Acho que vai ser mais fácil acessar no meu lado sexy desse jeito.

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