O dia se arrastou como uma segunda-feira sem fim. A Emma saiu no meio da tarde para ver o Jones — e, principalmente, para impedir que ele me visse. Se esbarrasse comigo agora, ia encher de perguntas e, pior, correria contar tudo para o Matt. Eu prefiro que ele não tenha notícias minhas. Não assim.
A Llote ficou comigo o tempo todo. Transformou o sofá da sala em trincheira: chocolate, pipoca, três filmes seguidos. Às vezes ela encostava a cabeça no meu ombro; outras, brincava com o Bono, que dormia embolado no cobertor.
— E aí, o que você tá sentindo? — ela perguntou, já na metade de uma comédia sem graça.
— Nada.
— O bebê não chuta? — encostou a mão na minha barriga, numa curiosidade quase infantil.
— Tô de três meses, Llo. Ainda não rola.
— Não entendo de corpo humano. Por isso me formei em publicidade. — fez uma careta. — Mas não acha estranho você ter três meses e quase nada de barriga?
— Pensei nisso. — suspirei. — Engordei um pouco nos últimos meses, achava que era só apetite.
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