Saímos de carro até as áreas mais afastadas de Toronto. A neve cobria tudo: as montanhas, os telhados das cabanas, até os pinheiros pareciam saídos de um filme. No alto da encosta, o centro de esqui parecia uma cidadezinha cenográfica, com letreiros de madeira e placas coloridas indicando as pistas.
Tiramos uma foto para a "primeira vez". Era tradição local. E só a pose já deu mais trabalho que aprender a esquiar. Meu instrutor era um senhor simpático, com barba branca e um gorro listrado que não parava no lugar. E mesmo com todos os tombos e risadas, Matt fez tudo ficar mais leve.
A certa altura, ele ficou bravo. Eu me aventurei numa pista proibida para iniciantes e ele veio atrás, furioso.
— Você tá maluca, Margo? — gritou, ofegante. — Você pode se machucar, caramba!
Mas seus olhos não diziam "raiva".
Diziam "preocupação".
Diziam "não quero te perder".
Fiquei muda. Porque senti algo ali. Algo que... que não era costumeiro.
No final, depois de muito riso, neve nas luvas e algumas que