Não sei o que realmente aconteceu comigo. A verdade é que agi por impulso. Mas, pela primeira vez, não foi um impulso desesperado por carência — foi... diferente. Beijar o Matt não foi premeditado, nem um teste para ver se ainda estava quebrada. Foi leve. Foi gentil. E, de certo modo, me assustou mais do que qualquer transa quente e suada com o Misa.
Porque o Matt não teve pressa.
Porque ele não queria vencer nenhuma corrida para chegar na "hora H".
Ele só queria estar ali. Comigo. No tempo que fosse.
E eu me odiava por isso também.
Por estar comparando. Por estar... sentindo.
Estávamos deitados na cama dele, um quarto sóbrio e aconchegante no chalé, com mantas cinza-grafite, almofadas amassadas no chão e uma lareira acesa no canto lançando sombras dançantes na parede. A janela embaçada deixava entrar uma luz fria da manhã canadense.
— A gente podia passar o resto da semana nessa cama — ele brincou, beijando o topo da minha cabeça.
Sorri contra o peito dele, sentindo o calor gostoso d