Desde o fim de semana na casa da árvore, não voltei a ver Margo. Segunda, terça, quarta… os dias engoliram minha agenda com reuniões, relatórios e a pressão sufocante do escritório. Eu havia me jogado no trabalho como forma de anestesiar o que aconteceu entre nós. Mas, no fundo, tudo que eu queria era voltar pra ela.
Não morava mais com meus pais há anos, mas na quarta à noite resolvi passar por lá. Talvez por que eu sempre teminha pela minha mãe. Talvez porque, inconscientemente, eu soubesse que precisava lembrar por que fugir dali sempre foi minha salvação.
A casa estava silenciosa demais quando entrei. Silêncio de briga engolida, de mágoa antiga. Ouvi a voz da minha mãe tentando falar alguma coisa sobre mim.
— Eu já disse que esse casamento está marcado, Lisa! — ouvi a voz dele, cortando o corredor como uma lâmina.
— Mas ele não ama essa menina, Anthony— a voz da minha mãe tremeu, baixa, como se suplicasse. — Ele já tem alguém, ele ama outra pessoa...
A última palavra mal saiu da b