Acordo com a cabeça latejando e a boca seca. A luz que entra pelas frestas da cortina me incomoda como se estivesse me punindo pela noite passada. Levo alguns segundos até perceber onde estou. E com quem estou.
Misa dorme ao meu lado, tranquilo, como se nada tivesse acontecido.
Como se o que fizemos na noite anterior — de novo — não tivesse nenhum peso.
Não lembro exatamente como ele entrou. Sei apenas que ignorei suas mensagens por dias. E que só depois de uma das nossas “discussões” — onde ele me cutucava e sumia — ele apareceu na porta do meu apartamento, encarando a porta como se ela fosse o verdadeiro obstáculo entre nós.
E, como sempre, bastou um olhar. Bastou ele me tocar. Bastou o cheiro dele invadir meu quarto.
A promessa feita à Emma desabou junto com a minha lucidez.
Estamos nus. E eu me odeio por isso.
Me levanto devagar, com o corpo dolorido e um gosto amargo de culpa na boca. Abro a cortina num ímpeto de raiva e sou atingida pela luz da manhã.
No banheiro, encaro meu ref