— Não fala dele assim. — minha voz saiu baixa.
— Não defende esse cara. O que aconteceu?
Demorei, mas contei. As palavras saíram engasgadas:
— No meio do café da manhã… ele disse que, se eu engravidasse… me daria dinheiro pra tirar.
Ela ficou em silêncio. Depois:
— E?
— E que aquilo me destruiu. — minha voz quebrou. — Ele não falou claramente, mas ficou óbvio: pra ele, uma possível vida… não significa nada. Me senti usada. Idiota. Um objeto.
— Porque é isso que você é pra ele! — ela rebateu. — Um objeto de desejo. Só você não vê!
— Eu vejo.
— Então por que tá tão abalada?
— Porque doeu. — sussurrei. — Porque eu achei que ele se importava… um pouco que fosse.
— Margo… Ele é um merda!
— Ele não tem culpa de eu gostar dele. — confessei. — A culpa é minha. Ele só gosta do que a gente faz na cama.
Emma ficou em choque.
— Espera. Você tá dizendo que… gosta dele? Tipo, se apaixonou?
Baixei a cabeça. Neguei. Mas não consegui sustentar a mentira.
— Eu não consigo sair disso, Emma. Se eu tivess