Capítulo 15

— Não fala dele assim. — minha voz saiu baixa.

— Não defende esse cara. O que aconteceu?

Demorei, mas contei. As palavras saíram engasgadas:

— No meio do café da manhã… ele disse que, se eu engravidasse… me daria dinheiro pra tirar.

Ela ficou em silêncio. Depois:

— E?

— E que aquilo me destruiu. — minha voz quebrou. — Ele não falou claramente, mas ficou óbvio: pra ele, uma possível vida… não significa nada. Me senti usada. Idiota. Um objeto.

— Porque é isso que você é pra ele! — ela rebateu. — Um objeto de desejo. Só você não vê!

— Eu vejo.

— Então por que tá tão abalada?

— Porque doeu. — sussurrei. — Porque eu achei que ele se importava… um pouco que fosse.

— Margo… Ele é um merda!

— Ele não tem culpa de eu gostar dele. — confessei. — A culpa é minha. Ele só gosta do que a gente faz na cama.

Emma ficou em choque.

— Espera. Você tá dizendo que… gosta dele? Tipo, se apaixonou?

Baixei a cabeça. Neguei. Mas não consegui sustentar a mentira.

— Eu não consigo sair disso, Emma. Se eu tivess
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