Chegou a hora que ninguém quer. O caixão desceu devagar; o som do maquinário foi um zumbido distante, encoberto pelo vento. A Emma avançou um passo, o corpo inteiro dizendo “não”. O Chris e minha mãe a ampararam pelos cotovelos. O Math cravou os olhos na borda de madeira como se pudesse segurar aquilo no ar só com a força da vontade.
— Do pó viemos, ao pó voltaremos — disse a voz calma, e a frase que a gente já ouviu tantas vezes ganhou um peso novo.
Joguei minha rosa. Ela sumiu no retângulo escuro.
— Obrigada — sussurrei, e era estranho agradecer ali, mas eu precisava. Obrigada pelas piadas, pela pizza ruim, pelos conselhos que eu nunca segui, pelas broncas que ele dava no Math quando ele precisava ouvir. A Becah balançou a flor na mão e sorriu para o vento. O Liam, cansado, cedeu e dormiu no peito do pai.
Abraços se multiplicaram. Minha sogra beijou minha testa. Meu pai veio até mim, passou a mão nas minhas costas como quando eu era criança. Não falou nada — e foi melhor assim. A Ll