Eu não queria vestir preto nos meus filhos. Não nos meus filhos. O tecido miúdo do vestidinho da Becah parecia mais pesado do que deveria; o conjuntinho do Liam — calça escura, camisa branca e um casaquinho preto — me apertava o peito só de olhar. Terminei de ajeitar os dois, um de cada lado do colo, e desci com cuidado até a sala. Estava todo mundo ali — meus pais, os Spelling, a Llotte e o Chris — menos o Math. Esperamos em silêncio até ele aparecer do quarto, terno preto impecável, o rosto cansado. Pegou o Liam sem dizer nada. Eu só acompanhei.
Ajustamos as cadeirinhas, conferimos as mantas e seguimos. A cidade passava pelo vidro como se estivesse de luto também: céu baixo, vento cortando a tarde, buzinas mais contidas do que o normal. Ninguém falou no caminho. Só o meu choro, curto e insistente, e o esforço do Math para não desabar.
No estacionamento do cemitério, ele ficou com as mãos no volante por alguns segundos. O silêncio entre nós dois tinha outra textura aqui — o silêncio