POV MARGO

Pego o Liam no berço com o máximo de cuidado. Ele chora de fome — aquele chorinho que começa num fiapo e cresce sem cerimônia — e, embora os avós já tenham uma habilidade invejável de acalmar os dois, eu ainda me sinto aprendendo. São tão pequenos e tão frágeis. Tudo é novo para mim. E, ao mesmo tempo, maravilhoso.

Sento na poltrona junto à janela, onde a cidade surge em retângulos de luz pela madrugada. Baixo a alça da camisola e o encosto encontra minhas costas. Ele se ajeita, procura, até fazer a pega. A sensação de amamentar é impossível de explicar sem diminuir o que é: é corpo e instinto, doçura e dorzinha contida, o leite descendo com aquele reflexo quente. No começo — principalmente a Becah — teve dificuldade para pegar; eu chorei de frustração mais de uma vez. Mas, quando os dois finalmente aprenderam, me senti inteira de um jeito que nem ver seus rostinhos pela primeira vez tinha alcançado. Foi quando as lágrimas vieram sem que eu conseguisse conter.

Só de lembrar q