Desde que Ayron se lembrava, sua vida era envolta em tristeza. Uma sequência constante de perdas e dor. Ele viu sua mãe fugir do pai, viu o medo nos olhos dela, e apesar de não se importar com quase nada na vida, ele a amava. Ela era a única coisa que ainda importava.
Quando ela morreu diante dele, algo dentro dele se partiu, e jamais se reconstruiu. Porque quando a única parte boa de você morre, tudo o que resta é o que há de pior. E o que sobrou em Ayron... era puro odio.
Odiava Vadim. Odiava Nikolai. Seu irmão nunca significou nada. Para ser sincero, achava que ele deveria ter morrido. Sua mãe era boa demais para ter gerado alguém tão podre. Nikolai era uma cobra rastejante. Sorria na sua frente, mas bastava piscar para receber o bote.
Ayron sabia disso. Sempre soube.
E quando descobriu que era fruto de um estupro, seu ódio transbordou, não tinha mais nada que segurasse sua furia. E como sempre, Nikolai reagiu com frieza. Disse:
— Mas ela era mulher. E mulheres são usadas todos os