~Na voz de Clara~
O dia amanheceu luminoso, com o céu de um azul quase líquido e o cheiro do mar vindo de longe. Tomamos café todos juntos na varanda — minha mãe encantada com os arranjos impecáveis, meu pai conversando animado com o senhor Julian, e meus irmãos trocando risadas com Lorenzo, que parecia pertencer àquele lugar desde sempre.
Conversando com eles, Lorenzo não era o empresário poderoso que o mundo via, mas apenas um homem comum — simples, risonho, de fala leve, que ouvia mais do que dizia. Era bonito ver como ele se encaixava entre os meus, sem esforço, como se sempre tivesse feito parte da família.
Depois do café, seguimos para o centro do Rio. Passamos por vitrines elegantes em Ipanema, entre as fachadas da Louis Vuitton, Dolce & Gabbana e Gucci, que reluziam ao sol. Entramos também na Maison Bianchi, a loja que Lorenzo mantinha no Rio, com o mesmo requinte das de Londres, Lisboa, Nova York, Milão, Paris e tantas outras cidades onde sua marca brilhava. Havia ainda lojas