O dia amanheceu devagar, abrindo os olhos sobre Nova York com uma luz suave que entrava pelas cortinas do Plaza como quem pede licença. Mesmo desperto, permaneci na cama por alguns minutos, deixando meus pensamentos circularem livremente. A pergunta insistente voltava como uma maré: será que aquela cobertura seria nosso lar fixo? Não apenas um endereço — um porto definitivo.
Levantei quando Clara ainda dormia profundamente, entregue, com o rosto tranquilo iluminado pelo nascer do dia. Enquanto preparava o café no celular, respondi algumas mensagens. Entre elas, uma da minha mãe, incomodamente afetuosa, falando sobre saudades. Era estranho perceber as pequenas mudanças nela, como se algo dentro dela estivesse sendo reconstruído, ainda que lentamente.
Tomei um banho rápido, vesti uma camisa leve e liguei para Alerrandro, que já me atualizava sobre os preparativos finais da exposição da Maison Bianchi. No notebook revisei contratos, imagens, textos — minha atenção permanecia afiada, porq