O uniforme dela parecia pequeno demais para tanto orgulho. A mochila cor-de-rosa, com as princesas estampadas, pesava quase nada, mas Giulia a carregava como se fosse um troféu. Era o primeiro dia de aula depois de tudo — depois do hospital, do transplante, dos dias em que o futuro parecia frágil demais pra ser sonhado.
Agora, aqui estávamos. No portão da escola. Um novo começo.
Isa segurava a mão de Giulia com firmeza, mas eu sabia o que se passava no coração dela. Vi quando seus olhos marejaram ao ajeitar a presilha dourada no cabelo da nossa pequena. Não chorei, mas senti. Porque aquilo... aquilo era maior do que um simples recomeço. Era o nosso milagre caminhando em direção ao mundo, finalmente livre.
— Pronta, minha princesa? — perguntei, me agachando para ficar da altura dela.
Giulia assentiu com entusiasmo, segurando minha bochecha com as duas mãozinhas.
— Prontinha, papai! Posso contar pra professora que agora eu tenho duas famílias? — ela perguntou, com aquela espontaneidade