Estávamos entrelaçados nos lençóis como se o mundo lá fora tivesse deixado de existir. A luz suave da manhã filtrava pelas cortinas, dourando a pele de Miguel enquanto ele sorria, os olhos semicerrados, bagunçando meu cabelo com preguiça e carinho. Eu me sentia aquecida, leve. Quase como se estivesse sonhando — mas era tudo real. Miguel, seus toques, seu riso baixo, seus dedos passeando despreocupados pela minha cintura enquanto a ponta do nariz dele roçava o meu.
— Isso é perigoso — murmurei, rindo ao sentir os lábios dele roçarem minha mandíbula. — Muito perigoso.
— Por quê? — perguntou com um sorriso travesso. — Está com medo de se apaixonar?
— Acho que esse perigo já passou — brinquei, tentando disfarçar a verdade com leveza. A verdade é que eu já estava completamente entregue.
Ele me puxou ainda mais para perto, nossas pernas entrelaçadas, a respiração sincronizada.
— Sabe — comecei, a voz baixa —, às vezes eu acho que não fui feita para momentos assim. Para paz. Para es