Hoje é a nossa segunda reunião com o advogado.
Sentei-me na poltrona de couro, ainda um pouco tensa. O escritório do advogado tinha um ar sério demais, paredes revestidas de madeira escura, estantes repletas de livros que eu nunca teria coragem de abrir. No centro da mesa, uma pilha de documentos aguardava como se fosse um julgamento silencioso.
Serena dormia tranquila no carrinho ao meu lado, completamente alheia ao que se passava. Eu a olhava de vez em quando, tentando buscar naquela calma um pouco da paz que me faltava. Noah, sentado ao meu lado, mantinha minha mão firme dentro da dele, como se soubesse que, sem aquele gesto, eu poderia sair correndo a qualquer momento.
O advogado, Ricardo, abriu a pasta e ajeitou os óculos no rosto. Tinha um jeito calmo, mas havia firmeza em cada palavra que dizia.
— Antes de mais nada — começou —, quero que vocês saibam que este processo não será simples. O réu não é um homem qualquer. É alguém com dinheiro, conexões e, até pouco tempo, um nome q