Ingrid de Danielle
Era meu horário de almoço, e Leonardo deveria respeitar isso. Eu e mais duas colegas do serviço de limpeza descansávamos em uma ala desativada do Hotel Stilo Menegasso, aguardando os últimos minutos antes de voltar para a rotina pesada de arrumar suítes, trocar enxovais e lidar com hóspedes exigentes.
Se ele estava vindo na minha direção, era para falar comigo — restava saber sobre o quê.
Se Denner Menegaço queria o dinheiro de volta só porque eu não quis ir para a cama com ele, iria ficar esperando sentado. Não devolveria. Mesmo que quisesse, não poderia. A essa altura, minha mãe já havia usado o valor para pagar um ano do plano de saúde do Valentim.
E não deu outra: Leonardo realmente veio falar comigo.
Quando se aproximou o bastante, mas ainda mantendo certa distância — como se temesse chamar atenção — acenou para que eu fosse até ele.
Levantei-me, bati a poeira da parte de trás do uniforme, afinal, estava sentada no chão de cimento. Caminhei até ele sem o