Ingrid de Danielle
Seria tentador, mas com Denner Menegasso, nunca. Já bastava ter que aturar seu discurso hipócrita nas festas de final de ano do hotel. Mesmo à distância, eu o ouvia e sentia raiva.
— Motorista, tem como dar uma paradinha na próxima esquina, por favor? — pedi, mesmo sabendo que era pedido inadequado; o cansaço me consumia e não custaria nada ao condutor.
— O ponto é mais à frente, senhorita, só posso parar nele. — respondeu, seco.
Na verdade, o motorista apenas fazia o trabalho corretamente. A sem noção era eu. O expediente no Hotel Stilo Menegasso me deixava assim; a rotina de arrumar quartos, empurrar carrinhos e atender os caprichos de hóspedes me exauria. Para completar, o transporte público que pegava para voltar para casa sempre lotava; era inevitável o aperto e o desconforto até o ponto mais próximo.
Enquanto caminhava para casa, voltei a pensar na proposta que o Leo havia me feito — aceitar ser acompanhante em um jantar executivo. A ideia do dinheiro me