Denner Menegaço
Desconfiado. Era assim que eu me sentia.
Leonardo enrolou para me dizer de qual agência havia vindo a acompanhante. A mulher que me acompanharia naquele jantar de negócios precisava ser exuberante o bastante para distrair o senhor Vargas — o investidor espanhol mais difícil de se ludibriar. Não bastava ser bonita. Tinha que hipnotizar.
Depois da desconfiança, veio a irritação pelo atraso da “noiva”. Eu prezava pela pontualidade e detestava esperar.
Com o celular no ouvido, liguei para o meu assessor.
— São oito minutos de atraso, Leonardo. Ela desistiu ou se perdeu?
— Senhor, cada minuto valerá a pena. Acabei de fazer uma chamada de vídeo, e a mulher está simplesmente deslumbrante…
Enquanto ele falava, o elevador se abriu. Confesso que não ouvi mais nada. Meus olhos acompanharam o andar suave, o rebolado discreto, a segurança de quem sabe o que carrega no corpo.
— Leonardo… — murmurei, sem desviar o olhar. — A modelo, por acaso, é uma latina americana?
— Por de