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Sharon Belmont
Finalmente, pude respirar. Assim que coloquei meus pés do lado de fora da casa do Dante, deixei minhas lágrimas rolarem pelo meu rosto cortado pelo frio que assolava a cidade. Estava desnorteada, sem saber para onde ir e ainda tinha que lidar com a dor da perda.
Nick estava sendo a luz onde, dentro de mim, só havia escuridão. Não sabia se suportaria o baque de perdê-lo. Eu sabia que quando Dante acordasse, tudo mudaria, mas pensei que algo de consideração e talvez até gratidão habitasse seu ser. Quanta ilusão! Gratidão vinda de um machista, chauvinista, coercitivo e castrador… Impossível.
Iria para o único lugar onde conhecia algumas pessoas que poderiam me dar um teto e algo para me ajudar a esquecer toda essa merda. Andei até um ponto de ônibus. Por ter uma cobertura ali, apesar da nevasca, deu para esperar com paciência o coletivo, que demorou um pouco.
Assim que vi a condução, fiz sinal com a mão e ele parou bem no ponto.
— Motorista, poderia me dar uma carona? Ac