Ingrid de Danielle
O álcool até subiu; não sei se foi a safadeza no carro ou as palavras que ele acabava de dizer, com uma seriedade espantosa. Mas era óbvio que eu não acreditei em nenhuma delas — nem se ele se ajoelhasse e jurasse diante de mim.
— Sabe bem o que está me dizendo?
— Claro que sim, Ingrid. Eu não bebi. Estou cansado de só me imaginar com você. Quero viver as minhas vontades. Contigo eu vou à exposição do Monet ou a uma pista de gelo; ao restaurante mais caro ou à padaria mais simples do subúrbio, e nada me entedia. Tudo é igualmente maravilhoso. Dona Glória sempre esteve certa: não é o lugar, são as pessoas — e qualquer lugar com você é onde eu quero estar.
— Não sei o que dizer. — Todo o meu corpo respondia a aquela mentirada toda. Mesmo sabendo que tudo não passava de lorota, Denner parecia sincero… ou eu que bebi demais? Era o que eu me questionava.
— Melhor eu não dizer nada, porque estou bêbada.
— Então não diga. Apenas me beija.
Denner me fez um pedido para lá d