A lua de sangue estava alta no céu como se risse de mim, enquanto tingia a floresta de um vermelho que pulsava em sincronia com o fogo que devorava minhas veias. Eu tinha me isolado em minha casa no topo da montanha, me escondendo em meu refúgio secreto, achando que a distância seria suficiente para domar aquele desejo que ameaçava me consumir.

Mas estava sendo inútil, meu lobo rosnava em protesto dentro do peito, as garras invisíveis arranhando minha alma como se eu fosse uma prisão que ele precisava romper a qualquer custo.

Fazia meses que eu me mantinha afastado já sentindo dentro de mim que a lua de sangue estava perto, mesmo quando os lobos das outras alcatéias se aproximavam dela eu me forçava a ficar longe, porque sabia que quanto mais perto da lua de sangue mais perderia o controle dos meus desejos.

Então foram toques evitados, noites passadas em patrulhas intermináveis pela reserva para não ceder ao perfume que estava impregnado em cada canto da casa, me deixando tonto, duro