A manhã avançava preguiçosa quando o telefone de Philippe vibrou sobre a mesinha ao lado da poltrona adaptada onde ele repousava. A mãe havia saído para resolver algumas coisas, deixando-o sozinho pela primeira vez em dias. Ele atendeu com voz firme, embora ainda levemente embargada.
— Alô?
— Philippe sou eu, a Brittany. Podemos conversar hoje?
Ele respirou fundo antes de responder.
— Quero sim conversar. Vem aqui em casa. Por volta das onze. Eu preciso entender algumas
coisas... e você também.
Do outro lado da linha, Brittany demorou um pouco para responder. Ela tinha acabado de acordar depois de uma noite regada a vinho e carícias proibidas.
— Tá bem. Estarei aí.
Philipe estava em seu quarto, terminando a sessão matinal de fisioterapia. O enfermeiro ajeitava a cadeira de rodas próximo à poltrona, quando sua mãe entrou e disse, com a voz calma:
Eu estava sentado na poltrona da sala de estar, tenso. A benga