Ashley ajeitou a manta sobre as pernas de Patrick, enquanto ele se recostava melhor na poltrona adaptada do quarto. A manhã avançava preguiçosa lá fora, mas dentro daquele espaço aquecido, havia um silêncio doce, carregado de significados.
— Agora sim — ela disse, sentando-se ao lado dele. — Prometi que depois do café ia te contar tudo... e aqui estou.
Philippe sorriu de lado, os olhos azuis fixos nela.
— Então conta, minha pequena... como foi esse tempo longe de mim?
Ela inspirou fundo, como se cada palavra carregasse um peso que finalmente poderia soltar.
— Foi estranho, Philippe. Nos primeiros dias, eu ficava com raiva de mim mesma. Achava que estava sonhando acordada, que tudo entre nós tinha sido ilusão. Mas, à noite... — ela fez uma pausa, com os olhos brilhando — eu sonhava com você. Sempre você. Às vezes sorrindo, às vezes me chamando, outras só me olhando daquele jeito que você faz, como se eu fosse tudo que existe.