A livraria estava silenciosa, como se o próprio tempo tivesse desacelerado para acolher as duas. Ashley e Elise caminhavam entre as estantes, os dedos roçando as lombadas dos livros, como se procurassem respostas escondidas entre capas duras e páginas densas.
— Olha esse aqui, — disse Elise, puxando um exemplar da prateleira. — “Personalidades-Limite: Hipersensíveis, à flor da pele, em carne viva... todos Borderlines?” — leu em voz alta. — A doutora falou sobre isso…
— Leva, prima — Ashley incentivou, aproximando-se e olhando a capa. — Eu ouvi falar que é muito direto, bem explicativo. Se te ajudar a entender o que aconteceu… com ele, com você…
Elise assentiu com um leve movimento, os olhos marejados, mas sem choro. Era um novo tipo de emoção. Era como se uma brisa estivesse começando a limpar a poeira dos cantos escuros dentro dela.
— Aqui, — apontou Ashley para uma pilha. — Esse aqui fala sobre como traumas moldam o comportamento.