Ashley
Enquanto a vovó fechava a última travessa de bolo e o vovô conferia os pneus do carro, fui até o quarto e sentei na beirada da cama que Elise costumava ocupar nas nossas férias de verão. Olhar aquele espaço vazio me dava um nó no peito — mas também um fio de esperança. Ela havia sobrevivido. Ela ainda estava aqui.
A porta se abriu suavemente, e a mãe dela apareceu com passos leves.
— Está tudo pronto? — perguntou, sentando ao meu lado.
— Quase. A vovó ainda quer passar um pano no porta-luvas, como se isso fosse salvar o mundo — brinquei, tentando aliviar o clima.
Ela sorriu, mas os olhos diziam o contrário.
— Ashley… eu me sinto tão culpada. Como é que eu não percebi? Como eu, mãe dela, não vi o que ela estava passando?
— Ela escondia bem. E tinha vergonha. Não foi culpa de ninguém, só do Bob.
— Você foi a irmã que ela precisava. E teve a coragem que eu não tive.
Respirei fund