O silêncio reinava no corredor envidraçado do hospital, onde a luz da manhã começava a filtrar com timidez. No quarto de espera, Briana estava sentada ao lado de Philipe, que mantinha o olhar fixo no monitor que exibia os sinais vitais da Ashley durante a coleta da medula. Ambos estavam cansados, mas alertas. Era um momento de espera, de fé... e de decisões.

Briana respirou fundo, ajeitou as mãos no colo e então falou, com a voz baixa, quase como um sussurro:

— Philipe... Eu tenho algo para te contar.

Ele virou-se devagar para ela, franzindo a testa, um pouco surpreso pela seriedade do tom.

— Algo grave?

Ela hesitou por um instante, como se buscasse coragem para continuar.

— Eu só... espero que você me perdoe. Mas eu precisava fazer isso para salvar a vida do Christian.

— Me perdoar? — ele repetiu, confuso. — Do que você está falando, Briana?

— Você não achou estranho o exame da Ashley dar noventa e nove vírgula