Ashley
O relógio da parede da sala marcava cinco e meia quando os passos firmes do meu tio soaram na varanda. Eu já estava sentada no sofá, com as mãos entrelaçadas sobre os joelhos e o coração apertado no peito. Vovó e vovô se sentaram em suas cadeiras de balanço, silenciosos. Era como se a casa inteira tivesse prendido a respiração.
— Chamaram a gente com urgência, o que houve? — perguntou meu tio ao entrar, acompanhado da minha tia, que carregava um pano de prato ainda úmido nas mãos.
— Ashley tem algo pra contar — vovó respondeu, com a voz mais baixa que o habitual.
— Ashley? — minha tia se aproximou e sentou ao meu lado. — Está tudo bem com o bebê?
— Está sim — respondi, tentando manter a calma. — O Filipe está crescendo saudável. Mexe o tempo todo. E… vamos nos casar. Ele me pediu oficialmente em noivado.
— Oh, minha filha… — minha tia levou a mão à boca, emocionada. — Isso é maravilhoso.
— É si