MATTEO MANCINI
Paternidade, uma palavra que antes pairava distante, agora ecoava com um peso esmagador em meu peito. Eu iria ter um filho, um pedaço de mim e dela, e ele havia sido tirado de nós de forma tão cruel, tão injusta. Ela perdeu a memória, não era desprezo, não era fingimento. Aquele olhar vazio dela, a completa ausência de reconhecimento quando nos reencontramos pela primeira vez, era real. E eu, tolo, a havia julgado com a ferocidade de um carrasco, alimentando a mágoa e a raiva por uma traição que ela não cometeu, uma ausência que não foi escolha dela. A culpa me corroía por dentro. Eu havia a afastado, tratado com frieza, sem saber a verdade por trás de seus olhos distantes.
Meu solzinho, o apelido carinhoso que resgata um tempo de felicidade pura e despreocupada, um tempo em que meu mundo girava em torno dela. Será que agora, com essa nova camada de verdade desvendada, teríamos finalmente a chance de construir um futuro juntos? Era tudo que eu mais ansiava, o único de