ALEXIA DINIZ
A tensão entre nós era uma corda esticada, vibrando com cada olhar trocado, cada palavra proferida. Eu sentia que ele guardava um segredo, um motivo para sua hostilidade, e a curiosidade começou a se misturar com a irritação. Eu me recusava a ser o alvo de uma raiva que não me pertencia. Houve um dia, durante uma sessão de fotos para uma linha de joias, em que a luz do estúdio refletia de forma estranha em um dos colares, criando um brilho indesejado. Matteo, que estava observando de longe, se aproximou rapidamente. Seu rosto estava sério, e ele apontou para o ângulo da luz.
— A sombra está matando o brilho da safira. Precisa de um ajuste de quatorze graus para a esquerda e um filtro difusor. — falou para Vittorio, sua voz era direta, profissional, mas notei um leve tremor em sua mão ao ajustar um pequeno tripé próximo a mim. Era um detalhe quase imperceptível, mas que me fez questionar a frieza que ele exibia. Não era uma raiva descontrolada, mas uma tensão quase palpá