MATTEO MANCINI
O tapa estalou em meu rosto, minha cabeça virou com a força do golpe, e a dor física, momentânea e aguda, perdeu-se no flash cegante das câmeras que surgiram como espectros na escuridão, revelando a presença indesejada de paparazzi. Era o cenário perfeito para o desastre, a cereja no bolo da minha noite infernal. A dor no meu rosto era ínfima comparada à dor no meu peito, a dor de ser atingido por ela novamente.
p — Que droga! São paparazzi — Minha voz mal continha a exasperação, a raiva agora misturada lao desespero. Era tudo o que eu precisava. Minha vida privada, que eu tanto lutara para proteger do escrutínio público, estava prestes a ser rasgada em pedaços.
— OLHA AQUI, SE ESSAS FOTOS FOREM PARA UM SITE DE FOFOCA, EU PROCESSO CADA UM DE VOCÊS! — A voz de Alexia, antes apenas irritada, trovejava furiosa, a dignidade antes tão presente agora desmoronava sob a luz intrusiva dos flashes. Sua fachada de controle se estilhaçou, e pela primeira vez, vi um vislumbre