Capítulo 4
Carlen estava realmente furioso; ele não me lançou sequer um olhar, pegou Lily apressadamente nos braços e saiu.

Olhei para minhas mãos, vermelhas e inchadas de tanto queimarem, sentindo que esses sete anos de casamento não passavam de uma piada.

Após enxaguar rapidamente os ferimentos com água, comecei a arrumar a bagunça que restara ali.

De repente, a mãe de Carlen apareceu e me deu um tapa com força.

— Sua inútil que não sabe ter filhos, se acontecer algo ao meu neto, eu não vou te perdoar!

Carlen, que havia voltado, correu para impedi-la.

Finalmente, ele veio até mim, pegou minhas mãos e, com pesar, começou a passar o remédio e a fazer curativos, acelerando a cicatrização.

Vendo que sua mãe ainda queria causar confusão, Carlen a alertou:

— Lily está prestes a dar à luz.

A mãe de Carlen resmungou com desdém, virou-se e saiu, pronta para esperar o nascimento do neto.

Depois que ela saiu, Carlen observou cuidadosamente minha expressão e, após ponderar, falou:

— Irene, Lily é jovem, se ela te incomodou, você não devia tê-la empurrado.

— Eu a empurrei?

Minha voz estava cheia de incredulidade.

— Não se preocupe, já pedi desculpas a ela por você, ela não vai te culpar.

Com uma frase leve, ele já havia me condenado.

O cansaço e a sensação de impotência me invadiram, e não quis mais me justificar.

Carlen já havia escolhido acreditar em Lily entre nós dois.

Sete anos de vínculo de companheiros não foram suficientes diante de um novo amor de menos de um ano.

Observei Carlen cuidando dos meus ferimentos com aparente zelo, mas claramente distraído. Lembrei do sorriso involuntário que surgira em seus olhos ao mencionar o parto de Lily.

Passei a mão sobre meu ventre; o destino deste filhote já havia sido decidido por ele.

No fim, Carlen foi para a sala médica onde estava Lily, para acompanhá-la no parto.

Organizei as malas que levaria no dia seguinte, removendo qualquer vestígio da minha estadia na mansão.

Não deixei nada meu para Carlen; apenas os restos queimados das fotos do nosso casamento.

Tirei um pen drive da bolsa e, junto com o Acordo de Dissolução de vínculo de companheiros já assinado e o laudo do aborto, enviei tudo pelo correio.

O endereço de entrega era o salão onde, no dia seguinte, Carlen organizaria uma cerimônia para mim.

O destinatário era Carlen.

Depois de fazer isso, peguei o celular, suportando a dor no peito, e escrevi uma mensagem.

[Lily, você não queria ser Luna? Estou te dando Carlen e a cerimônia de amanhã.]

No dia seguinte, Carlen ligou dizendo que a equipe do casamento mandaria um carro me buscar, pois ele iria direto do centro médico para o local da cerimônia.

Antes que a ligação terminasse, o táxi que eu havia chamado chegou; o motorista confirmou o destino comigo.

Carlen ouviu a voz do motorista do meu lado e perguntou, intrigado:

— Irene, por que você está de táxi?

— Estou indo para o local da cerimônia de táxi.

Respondi com calma, de forma evasiva.

Carlen ficou em silêncio por um momento e então disse seriamente:

— Irene, mesmo que o filhote de Lily tenha nascido, acredite em mim, eu realmente sempre te amei mais que tudo.

Antes, o "amor maior" dele era único, não sei quando esse "amor maior" passou a ser dividido entre tantos.

Será que o coração dele era maior que o dos outros, capaz de amar tantas pessoas ao mesmo tempo?

Eu não acreditava.

Desliguei o telefone e pedi ao motorista que seguisse para o aeroporto.

No momento em que embarquei no avião, bloqueei todas as contas relacionadas a Carlen nas redes sociais.

Apaguei, uma a uma, todas as postagens e fotos que registravam os momentos do nosso amor.

A partir de agora, eu abraçaria minha nova vida.

Enquanto isso, na sala de parto, Carlen estava inquieto, como se pressentisse que algo precioso estava escapando silenciosamente dele.

No entanto, não teve tempo para refletir, pois o choro do recém-nascido filhote interrompeu seus pensamentos.

Diante do próprio filhote, sentiu um leve júbilo, mas não se atreveu a pegá-lo nos braços.

Temia que, ao se impregnar do cheiro do filhote, deixasse Irene desconfortável.

Ao meio-dia, o salão da cerimônia já estava lotado.

Carlen esperava no altar, com um sorriso radiante no rosto.

Com a saudação dos presentes, as portas da igreja se abriram e a noiva, de vestido branco, avançou ao som da música.

Mas, quando ela levantou a cabeça, o sorriso de Carlen congelou instantaneamente.

A noiva não era eu, era Lily.

Nos braços dela estava o filhote recém-nascido.

Os murmúrios ao redor cresceram de repente.

O semblante de Carlen mudou bruscamente; ele agarrou o pulso de Lily com força e perguntou:

— Como assim é você? Onde está a Irene?!
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