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A Mentira Que Todos Sabiam, Menos Eu

A Mentira Que Todos Sabiam, Menos EuPT

História Curta · Contos Curtos
Leonardo Mendes  concluído
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Resumo
Índice

"Se você irritasse Alfa Carlen, ainda teria Irene para interceder por você. Mas se irritasse Irene, não sobraria nada de você." Essa era uma frase amplamente difundida entre os círculos da alta sociedade dos lobisomens. Eu era Irene. Por causa de um jogo, decidi desfazer o vínculo de companheiros com Carlen. Durante o jogo, ele, embriagado, disse: — Eu gosto de encostar a cabeça na barriga de uma grávida e ouvir os batimentos do filhote. O salão ficou em silêncio absoluto. Todos os olhares dos lobisomens se voltaram para mim. Naqueles olhares, não havia surpresa, apenas pena de mim, a legítima Luna, e o pânico de terem um segredo revelado. Naquele instante, compreendi tudo: todos sabiam que Carlen tinha um filhote com outra mulher, mas todos o ajudavam a esconder isso de mim. Só porque sabiam o quanto eu era importante para Carlen. Se eu descobrisse, certamente o deixaria, e ele enlouqueceria. Devo admitir, eles realmente me conheciam bem. Após descobrir a verdade, preparei-me para fazer três coisas. Primeiro, joguei no forno a aliança de casamento que Carlen desenhara especialmente para mim. Segundo, salvei no pen drive o vídeo em que Lily usava a criança para me provocar. Terceiro, entreguei ao departamento administrativo da Alcateia os documentos solicitando minha transferência para pesquisadora na isolada Ilha da Neve. O dia em que deixei a Alcateia coincidiu com o sétimo aniversário do meu casamento com ele. E eu desapareceria de sua vida como uma fumaça. Engoli o vinho tinto amargo, esforçando-me para parecer calma.

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Capítulo 1

Capítulo 1

Minha voz saiu quase inaudível:

— De quantos meses está a criança?

Carlen pareceu despertar de um sonho; a taça de cristal em sua mão quebrou sob a força de seus dedos.

Os estilhaços penetraram sua palma, e o sangue escorreu por entre seus dedos.

Mas ele não se importou, apenas correu até mim, abraçando-me com força, a voz trêmula:

— Irene, não é o que você está pensando, o filhote foi só um acidente!

Ao ouvir isso, minha loba uivou de dor no fundo da minha alma.

Contendo a amargura na garganta, perguntei, palavra por palavra:

— Então, você realmente fez outra mulher engravidar do seu filhote?

Carlen permaneceu em silêncio, sem responder.

Fechei os olhos e as lágrimas caíram silenciosamente.

Ao imaginar que ele também abraçara outra mulher assim, instintivamente o empurrei e me afastei.

Carlen me seguiu até a porta, mas, nesse momento, seu celular tocou.

Ouvi do outro lado uma voz adocicada:

— Alfa, seu bebê está me chutando na barriga, está me torturando demais~

Meu coração se apertou de dor e apressei o passo.

A pessoa atrás de mim não tentou mais me alcançar; sorri amargamente, sem saber se me alegrava ou me entristecia.

Procurei minha antiga mentora, Maria.

— Maria, decidi participar do projeto de pesquisa médica da Ilha da Neve que você lidera.

Maria pareceu surpresa:

— Sério? Que ótimo! Estamos realmente precisando de uma médica como você. Mas esse projeto é altamente confidencial; ao ingressar, você não poderá manter contato com a Alcateia.

— Seu Alfa vai concordar? Ele se importa tanto com você, se você sumir por um tempo, ele vasculhará toda a Alcateia.

Meus olhos se entristeceram, respondi suavemente:

— Pretendo desfazer o vínculo de companheiros com Alfa Carlen.

Maria ficou em silêncio por um momento, e então, compreensiva, não fez mais perguntas, apenas disse:

— Certo, vou cuidar dos trâmites para você. Daqui a três dias, você pode se juntar à equipe.

Assim que desliguei, no telão atrás de mim começava uma entrevista exclusiva com Carlen.

O apresentador, atento, notou seu gesto com as mãos e sorriu:

— Alfa, percebi que o senhor está sempre acariciando sua aliança, mas parece ser apenas um anel simples. Tem algum significado especial?

Carlen sorriu docemente:

— É minha aliança de casamento.

— Como? Com seu status atual, a aliança não deveria ser feita de pedra da lua?

Carlen respondeu:

— Esta aliança foi feita à mão por mim há sete anos, com ouro, entalhada pouco a pouco. No interior, gravei meu nome e o da minha Luna.

— Uau, realmente há dois nomes, Carlen e...

Carlen disse:

— Irene. Minha Luna se chama Irene.

— Que inveja da sua Luna! Ela deve ter recebido as bênçãos da Deusa da Lua para se tornar sua companheira.

Carlen sorriu docemente:

— Na verdade, pedi inúmeras vezes à Deusa da Lua para ela aceitar ser minha Luna. Este ano celebramos sete anos de casamento. Sete anos atrás, quando eu era apenas um membro comum, ela me apoiou incondicionalmente, e até perdeu nosso primeiro filhote para me salvar...

— Irene é minha única companheira nesta vida. Daqui a três dias, no nosso aniversário de casamento, farei uma grande cerimônia para todos os lobisomens testemunharem meu amor por ela.

Os lobisomens ao redor expressaram admiração, elogiando-o como o Alfa que mais amava sua Luna.

Sim, todos achavam que Carlen me considerava tudo em sua vida.

Até eu, antes de hoje, acreditava nisso.

Olhando para o anel de ouro que usei durante sete anos, que Carlen nunca permitiu que eu tirasse, entrei em uma oficina.

— Por favor, derreta esta aliança para mim.

O artesão olhou surpreso para o anel e, em seguida, para mim:

— A senhora é... Luna Irene?

Outro artesão balançou a cabeça:

— Deixa de ser tolo, é apenas um anel com os nomes de Carlen e Irene nele. O Alfa ama tanto sua Luna, ela jamais derreteria esse anel.

Ouvindo o diálogo, esbocei um sorriso amargo, paguei e saí em silêncio.

Caminhei sem rumo, até que vi o carro de Carlen estacionado à beira da estrada.

O veículo estava ali, quieto, como se esperasse por algo.

Em meio ao vento frio, olhando para o carro, senti emoções confusas dentro de mim.

Meus passos desaceleraram, tomada por sentimentos contraditórios.

Odiei o fato de ainda ter expectativas.

O que eu esperava?

Esperava que ele estivesse ali me esperando?

Não sabia se queria enfrentá-lo ou continuar fugindo.

Depois de hesitar por muito tempo, respirei fundo e caminhei lentamente em direção ao carro, cada passo como se eu estivesse andando em uma corda bamba.

Mas Carlen saiu subitamente do carro, apressou-se até a porta do passageiro e a abriu.

Uma jovem, acariciando cuidadosamente a barriga arredondada, foi delicadamente ajudada por ele a descer do carro.

Minha respiração parou.
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