Lyra sentia o vento frio da noite cortando sua pele, mas não se importava. O álcool em seu sangue a fazia se sentir leve, corajosa… ou talvez apenas entorpecida.
Ela caminhou mais para dentro da floresta, onde a neve caía lentamente, cobrindo o chão como um manto branco. O silêncio era quase reconfortante, apenas o som do vento e da própria respiração preenchia o espaço.
Ela olhou para o céu, para a lua cheia que iluminava tudo ao redor.
— Deusa da Lua... — sussurrou, sua voz embriagada, carregada de incerteza. — Por quê? Por que me deu a ele?
Mas a lua não respondia. Apenas brilhava, fria e distante.
Foi então que ela sentiu.
Um arrepio percorreu sua espinha. Ela não estava sozinha.
Mesmo embriagada, o instinto de loba falou mais alto. Seu coração acelerou.
Devagar, ela virou a cabeça e lá estava ele.
Roric.
Encostado contra uma árvore, seu olhar escuro fixo nela. Predatório. Intenso.
Ele não dizia nada, apenas observava.
E naquele momento, Lyra soube.
Ele nunca a deixaria escapar.