Capítulo XIV: No Campo do Onisciente - Parte II

Percorreram vias com árvores retorcidas, relva e trepadeiras tomando casas e calçadas, no escuro, cães corriam lembrando lobos ou, para um arrepio na espinha, fantasmas com caninos tão assustadores quanto perigosos. Uma construção branca e enorme como um palácio assomou diante deles, poderia ser bonita se seu aspecto não prometesse guardar todas as sombras vivas do reino. Adentraram o portão, Endrick primeiro, o assobio do vento os acompanhou por uma aleia estreita de frondosas árvores. Perante a escadaria que levava às portas duplas de carvalho, Endrick pegou Nico pelo braço, o olhar misterioso.

— Não fale nada, eu cuidarei disso. Não aceite provocações.

O garoto assentiu, admirado com o tom de sua fala, como se cada sílaba possuísse um discurso próprio.

— Sem mais ação desnecessária— garantiu.

As portas se abriram quando o último degrau foi alcançado, um mordomo olhava para eles com a sua expressão vazia, suas roupas, de maneira impecável, brancas.

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