Millena gritou de novo antes de cair, vários gritinhos seguiram o seu, vindos de dentro da porta metálica que ela não sabia que existia até o momento.
— O que seria isso?
— “O que seria?” — caçoou a voz. — Isso é. Estamos presos, garota. Se não tem peito para abrir essa porta, dê logo as chaves aqui!
— Ah, Nico... — alguém suspirou lá dentro. — Saia daí, você não...
— Vocês são ladrões — Millena se ergueu, recolhendo as chaves. — Vou devolver esse molho assim que encontrar as autoridades.
Ao menos esperava que houvesse autoridades naquela cidade.
— Que molho o quê? Está com fome? Passa as chaves, doida.
— Não me chame de doida — ela começava a transferir sua raiva para ele.
— Nico, saia daí.
A mão sumiu abertura adentro e uma confusão de vozes se iniciou. O peito de Millena ardeu ao perceber que os seus perseguidores se aproximavam não só por um, mas pelos dois lados do beco.
— Fique quieta, docinho — um deles sorria, os cabelos como uma nuvem negra de algodão. — Ou faremos você gritar