Mundo de ficçãoIniciar sessãoAtlas sempre viveu uma vida tranquila no mundo humano, até a noite em que sua casa foi atacada por criaturas sombrias e seus pais foram brutalmente assassinados. Salvo por Kate, uma guerreira enigmática, ele descobre que sua vida foi uma mentira. Seu verdadeiro lar é o reino de Eutanásia, um lugar mergulhado em guerra e dominado pelo cruel rei demônio Oregon Pax-Sun-Din. Refugiado na Ilha Encantada, Atlas precisa despertar e dominar um poder que ele sequer compreende—um poder pelo qual muitos estão dispostos a matar. Enquanto treina para enfrentar seu destino, ele deixa se levar por um sentimento nunca sentido antes por Kate. Mas em um mundo repleto de segredos e traições, algumas verdades deveriam permanecer ocultas. E quando a verdade sobre sua existência vier à tona, Atlas perceberá que o maior inimigo pode estar dentro de si.
Ler maisPARTE.01: Onde tudo começou
Capítulo Um
Eu sou Kate, guerreira de Eutanásia e fiel guardiã da rainha. Vi com meus próprios olhos a escuridão engolir nossa terra. Vi aldeias serem destruídas, famílias despedaçadas e a esperança se esvair dos corações do nosso povo. Mas, de todas as atrocidades que Oregon já cometeu, há uma certeza que me assombra: ele ainda não mostrou todo o seu poder. E quando o fizer, será para tomar tudo o que restou.
— Kate, você sabe que ele virá atrás de mim. — A voz de Corigan me tira dos pensamentos. Ela passa a mão em sua barriga, já enorme. Seus olhos azuis estão preocupados. — Ainda mais ao descobrir que estou grávida. Atlas nascerá em breve, eu sinto que ele já está se posicionando para vir ao mundo.
Eu me ajoelho diante dela, jurando lealdade.
— Farei de tudo para protegê-la, minha rainha.
Ela me encara por um longo momento e então, para minha surpresa, segura minha mão com firmeza.
— Você fará de tudo para proteger Atlas. Me prometa, Kate.
Meu coração aperta. Entendo o que ela quer dizer. Se a escolha for entre ela e o bebê…
— Eu prometo, Corigan.
Oregon ainda não havia lançado um ataque direto ao castelo, mas o medo já dominava Eutanásia. As noites eram frias e silenciosas, interrompidas apenas pelo eco distante dos gritos de quem era caçado pelo exército demoníaco.
Naquela manhã, deixei Corigan descansando e voei até o povoado. Precisava ver minha irmã, Nani. Ela era uma guerreira como eu, mas havia sido gravemente ferida em uma batalha contra os quatro servos de Oregon. Por pouco, não morreu.
Assim que entrei na cabana, ela sorriu ao me ver e tentou se levantar.
— Que bela surpresa, Kate.
— Não se esforce. Só vim vê-la, saber como está.
— Não se preocupe comigo. — Ela ri fraco. — Você tem que ficar ao lado da rainha e de olho no nosso príncipe. Atlas é o futuro de Eutanásia.
— Corigan está bem, e Atlas logo virá ao mundo.
O sorriso de Nani desaparece.
— Você sabe que, quando ele nascer, Oregon virá para matá-los.
— Nós temos um plano. Vai dar tudo certo. Oregon não vencerá.
— Assim eu espero… — Sua voz soa incerta, e isso me incomoda.
Eu a abraço antes de partir. No fundo, eu também não sei se venceremos.
Ao voltar para o castelo, uma sensação estranha me percorre. Meu coração b**e acelerado, e meu corpo inteiro parece avisar que algo está prestes a acontecer. Então, o som corta o ar: gritos.
Corro pelos corredores até os aposentos reais e entro a tempo de ver Atlas chorando nos braços de Corigan. O parto foi rápido, mas sua expressão não é de alívio—é de medo.
— Pegue-o, Kate. — Ela me entrega o bebê, as mãos tremendo. — Leve-o daqui, Oregon está vindo. Salve o meu filho. Ele é o futuro do nosso povo.
Por um segundo, hesito. Se eu partir agora, estou condenando Corigan à morte. Mas o som de explosões se aproxima, e vejo pela janela a escuridão rastejando sobre o castelo. Não há tempo.
— Eu volto para buscá-la! — Grito, abrindo uma fenda mágica no ar.
Seus olhos se enchem de lágrimas, mas ela sorri.
— Eu sei que não voltará.
Então, a fenda se fecha, e a última coisa que vejo é minha rainha... e o brilho vermelho das chamas que tomam o castelo.
A viagem entre mundos é rápida. Quando pisamos no mundo humano, Atlas dorme em meus braços, alheio ao caos que deixou para trás. Ele não sabe, mas acabou de se tornar órfão.
Eu sigo até a casa de um casal que havíamos escolhido previamente. Fred e Kesia não podiam ter filhos, e sabíamos que criariam Atlas com amor. Deixo um cesto na porta com o bebê e uma carta, explicando que ele está em perigo e precisa ser protegido.
Bato na porta e me escondo. Logo, Fred abre e seus olhos se arregalam ao ver o bebê.
— Kesia… venha aqui.
— O que houve, querido? — Ela se aproxima e, ao ver o bebê e a carta, começa a chorar.
Ela o pega nos braços com todo carinho, e Fred fecha a porta, protegendo Atlas do frio da noite.
Eu continuo observando, lágrimas silenciosas escorrendo pelo meu rosto. Ele ficará seguro… por um tempo.
{...}
EpílogoNaquele momento, algo dentro de mim se acendeu com uma certeza indiscutível, uma chama que iluminava cada canto de minha alma. Pela primeira vez em anos, senti que tudo o que havíamos feito, cada batalha, cada sacrifício, cada perda, não havia sido em vão. Olhei ao redor e vi o reino de Eutanásia reconstruído, suas ruas finalmente cheias de vida, suas torres brilhando à luz do sol, cada pedra assentada com cuidado lembrando-nos do que éramos capazes de alcançar quando nos uníamos.Eu sabia que aquilo era o que Corigan sempre quis para nós. Sempre imaginara uma união entre os reinos, um futuro em que não haveria mais dor, destruição ou guerras intermináveis por poder e ambição. Ela sonhara com um mundo em que a liberdade e a paz pudessem existir lado a lado, em que todos, independentemente de sua origem ou raça, pudessem viver sem medo. E, de certa forma, chegamos perto de realizar esse sonho. Oregon havia sido consumido por sua própria sede de poder, sua obsessão por controle
Capítulo DoisHoje era realmente o dia mais feliz da minha vida. O dia em que eu iria me casar com Kate. Ninguém poderia mensurar minha felicidade.O sol brilhava sobre Eutanásia, refletindo nas águas cristalinas que cercavam o castelo. O salão principal havia sido preparado com esmero, decorado com flores brancas e douradas, simbolizando a união entre luz e escuridão. O povo se reunira, ansioso para testemunhar esse momento histórico. Mas, para mim, não era sobre reinos ou alianças. Era sobre nós dois.Enquanto esperava no altar, meu coração batia acelerado. Então, a música começou a tocar, e meus olhos se voltaram para a entrada.Kate surgiu, e naquele instante, todo o resto se dissipou. Ela usava um vestido negro com detalhes prateados que pareciam brilhar como estrelas, contrastando com a pele clara e os olhos intensos. Seus cabelos estavam presos em um penteado elegante, mas algumas mechas caíam suavemente, emoldurando seu rosto. Ela caminhava com uma confiança serena, mas eu sab
Parte 09: Eutanásia ViveCapítulo UmA alegria que transbordava em meu peito era indescritível. Toda a escuridão que um dia habitou dentro de mim havia sido dissipada. Kate voltou e, com ela, trouxe a luz que expulsou cada sombra do meu coração.Já se passara uma semana desde seu retorno, e hoje era o dia da reunião anual dos líderes dos reinos. Eu tornaria oficial o que já estava decidido dentro de mim: Kate seria minha rainha. Como soberana do submundo, ela derrotou Oregon e trouxe equilíbrio ao caos. Agora, os governantes dos outros territórios ansiavam por uma aliança, temerosos do que o submundo poderia se tornar sob um novo reinado.O grande salão do conselho estava lotado. Sentados em uma imponente mesa circular, os líderes de todos os reinos murmuravam entre si, analisando cada detalhe do encontro. O primeiro a se manifestar foi Ragnor, líder de Vildrakar, o reino dos guerreiros. Sua voz grave ecoou pelo salão.- Atlas, nos reunimos hoje para discutir a estabilidade de nossos
Capítulo QuatroAssim que pisei nos portões de Eutanásia, fui imediatamente cercada pela guarda real. As lanças foram erguidas em minha direção, e seus olhares carregavam desconfiança.— Quem é você? — perguntou um dos guardas, com firmeza.Respirei fundo, mantendo a postura. Não esperava uma recepção calorosa, mas também não achei que seria tratada como uma intrusa. Eu não era herdeira deste reino, mas estava ali por um motivo maior: reencontrar Atlas.— Meu nome é Kate Yona-Chan — declarei. — Quero ver o rei.Os guardas se entreolharam, hesitantes.— O rei não recebe qualquer um — retrucou um deles. — Se tem algo a tratar com Sua Majestade, deve enviar um pedido formal.Minha paciência se esgotava. Após tudo o que vivi, ser barrada na entrada do reino parecia um insulto. Antes que eu pudesse responder, um grito ecoou pelo pátio.— KATE!Uma figura surgiu entre os guardas, correndo em minha direção. Antes que eu pudesse reagir, braços firmes me envolveram em um abraço apertado. O cal
Capítulo Três Eu estava de pé, diante do salão do trono, o peso da coroa sobre minha cabeça, mas algo havia mudado dentro de mim. A energia das sombras que agora fluía através de minhas veias me lembrava constantemente da minha herança, mas algo dentro de mim dizia que não precisava mais estar presa ali, no submundo. Eu era a rainha, sim, mas não precisava viver sob a opressão daquele lugar sombrio. Minha verdadeira força sempre esteve em minha liberdade, e agora, com o poder da coroa, eu poderia fazer escolhas.Olhei para Odila e Nancy, que estavam ao meu lado, suas presenças silenciosas refletindo a força que ambos representavam. Eu podia ver a dor em seus olhos, mas também podia sentir um desejo profundo de liberdade. Eles mereciam ver o sol, respirar o ar puro fora daquele domínio de escuridão que Oregon havia imposto sobre todos nós.- Vamos voltar para Eutanásia, - disse, mais para mim mesma do que para elas. - Não precisamos ficar aqui. O submundo foi sempre o cárcere de Orego
Capítulo Dois Com a força dos meus poderes, reduzi o corpo de Oregon a cinzas. A magia era intensa, e as chamas purificadoras não só destruíram sua forma, mas impediram que ele ressurgesse em qualquer outra forma. Eu sabia que aquele não seria o fim dele, mas precisava garantir que sua ameaça fosse neutralizada por agora.Com o mesmo feitiço, tratei do corpo de Odette, uma mulher que, mesmo em seu silêncio eterno, ainda possuía um propósito em minha jornada. Levitei seu corpo até o salão do trono, onde preparei um velório digno de sua memória. As velas iluminavam suavemente o espaço, refletindo a paz que ela finalmente encontraria.Quando Odila entrou no salão, seu semblante estava vazio, como se uma parte dela tivesse sido arrancada. Ela não disse uma palavra, mas sua dor era visível em cada passo. Eu sabia que o vazio em seu olhar era o reflexo da perda, mas também da saudade de uma mãe que, mesmo distante, sempre a amou.Sentei-me no trono, cansada e exausta. Não era apenas o peso
Último capítulo