Stella Willians

O trajeto até a casa do meu pai foi o mais longo da minha vida. Cada semáforo parecia durar uma eternidade, cada carro na minha frente era um obstáculo entre mim e a pessoa que mais precisava de mim naquele momento. Meus dedos apertavam o volante com tanta força que doíam, e o som da ligação encerrada ainda ressoava nos meus ouvidos como um pesadelo constante.

"Falta de ar... tudo girando..."

Tentei não pensar no pior, mas era impossível. Meu coração batia em descompasso, e lágrimas silenciosas escorriam pelo meu rosto enquanto eu dirigia. Meu pai estava pedindo ajuda, e eu não sabia se chegaria a tempo.

Assim que parei em frente à casa dele, praticamente saltei do carro. A porta estava destrancada, provavelmente foi o que ele conseguiu fazer mesmo em meio a busca por ar. Entrei correndo, chamando por ele:

— Pai?! Pai?!

Silêncio.

Fui direto para a sala de estar, onde o encontrei caído ao lado da poltrona, respirando com dificuldade, os olhos semicerrados e a pele pálid