Após a recepção de Maurício, Clara e Antônio passaram a noite na casa dele. No dia seguinte, Antônio iria para a casa do pai, então ficariam mais tempo dormindo.
Maurício acordou sozinho já no horário dos remédios. Estava habituado, e às vezes algumas dores ainda o despertavam, como naquele dia. Ele se levantou, usou as muletas para ir até a cozinha tomar água e os remédios. Clara continuou dormindo, assim como Antônio, no quarto de hóspedes. Quando ele estava saindo do banheiro, ouviu batidas na porta.
Um alerta se instalou em seu corpo e em sua mente. Ele estava em um condomínio e a portaria não havia ligado. Como alguém passou pela portaria? Pensou em sua arma, mas a falta de agilidade acelerou ainda mais seu coração. Naquele microsegundo em que planejava o que fazer, ouviu a voz da mãe:
— Maurício, sou eu.
E então a portaria ligou no interfone. Ele atendeu, e o porteiro explicou que dona Isadora exigiu entrar no condomínio mesmo antes de ser anunciada, mas ele ligou para