Quando Clara chegou, encontrou Maurício agitado. O quarto estava em meia penumbra, iluminado apenas pela luz suave que entrava pela janela. O som ritmado das muletas contra o chão ecoava no silêncio, revelando sua ansiedade. Ele treinava andar de um lado a outro, mais rápido do que o normal.
— Aconteceu alguma coisa? — ela perguntou.
— Ah… mais ou menos. Não sei…
— Há quanto tempo você está andando pelo quarto?
— Não sei… acho que tempo demais. Já fiquei cansado.
— Então senta aqui e me conta o que aconteceu.
Eles se sentaram na cama do hospital, lado a lado, mas Clara não achou bom o suficiente. Levantou-se e ficou de frente para ele.
— O que te deixou tão preocupado?
Maurício passou as mãos pelo rosto e pelo cabelo, hesitando para responder.
— É tanta coisa… meu capitão quer falar comigo.
— E você ainda não quer falar com ninguém?
— Não quero. Mas ele é insistente. Se eu falar com ele, vou ter que falar com a Pietra, a Tatiane, com minha equipe…
—