No final da tarde, Maurício pediu para a enfermeira chamar Clara — apenas Clara.
Ela estava na sala de espera com os demais. Quando foi chamada, deixou sua mochila com os pertences e disse que voltaria para buscar.
De volta ao quarto, não sabia se ele queria que ficasse, mas estava feliz apenas de vê-lo novamente.
Maurício estava na cama hospitalar, em posição semissentada. Quando a viu na porta, fez sinal para que se aproximasse. Ao chegar perto, ele estendeu os braços e, em meio aos fios, os dois se abraçaram. Era bom sentir o cheiro um do outro. Maurício ficou assim, em silêncio, até que Clara disse:
— Como é bom poder te abraçar…
— Você pode passar esta noite aqui, por favor?
— Claro! Eu vim pra isso. Tive medo de que você não quisesse. — ela sorriu, aliviada.
— Não quero que passe todas as noites, é só hoje mesmo.
— Eu passo sim. Quantas noites você me quiser aqui.
Ela segurou o rosto dele e perguntou:
— Sua família quer te ver. Eles podem entrar?
— Hoje