Clara chegou ao café onde havia marcado com Maurício. Ele estava em uma mesa ao fundo, de frente para a porta. Ela sempre achava engraçada a forma como ele reagia quando os amigos chegavam: parecia sisudo, o rosto contraído em uma expressão de irritação. Mas, assim que reconhecia a pessoa, o rosto automaticamente se abria em um sorriso enorme e verdadeiro. Resolveu testar e aconteceu o mesmo com ela.
Aproximou-se, puxando a cadeira e brincando:
— Tá rindo do quê, grandão?
— Da sua cara, sua palhaça.
Sorriram e se cumprimentaram com um beijo no rosto.
— Me fala, como foi seu dia? — ela perguntou.
— Cansativo. Queria relaxar e conversar um pouco. E o seu? E o Toninho ficou com o pai?
— Tranquilo. Ele ficou. Às vezes é bom, me dá mais tempo para fazer algumas coisas. Mas, em outras, como hoje, eu morro de saudade.
— Mas me fala, você quer tomar café ou quer beber?
— hum… Ressaca ou mão tremendo? Que escolha difícil... qual sua ideia?
— Tem um bar que eu sempre vou. Recebi agora há pouco