Assim como Tatiane havia dito, Clara conseguiu o emprego no empório. Agora, as duas seriam colegas de trabalho. Ambas desejavam mais, porém, essa era a realidade que viviam: Tati, porque era assim que pagava a faculdade; Clara, porque era assim que recomeçaria, como já precisou fazer tantas outras vezes.
Ela tinha começado havia pouco mais de duas semanas. Seu uniforme ficou pronto naquele dia: uma calça cargo na cor caqui e uma camisa de botões azul-clara. Era até bonitinho, e ela estava empolgada com as novidades. Em seu inicio de turno de trabalho, ela estava distraída arrumando produtos em uma prateleira de promoções, quando ouviu uma voz grave e familiar:
— Clara?
Ao olhar para trás, viu Maurício. Estava à paisana, usando óculos escuros. Quando ela se virou, ele sorriu e tirou os óculos.
— Oi, Clara!
— Oi! Tudo bem? Ele a abraçou cordialmente.
— Tudo! Faz tempo que eu não te vejo. E você, como está?
— Estou bem.
Ela não queria dizer “tá tudo mais ou menos, seu irm