Henrique havia voltado ao trabalho. Estava bastante atarefado pois, com os dias que tirou para viver o luto, acumulou compromissos e várias reuniões aguardavam novas datas.
Chegou cedo ao escritório. Ainda se sentia abalado. Pensava em como seguir adiante sem o pai, que sempre o aconselhava e lhe dava confiança. Agora, além de tudo, havia perdido um aliado. Ainda não eram oito da manhã quando subiu apressado até seu andar. Dirigia-se à própria sala quando sua assistente tentou alertá-lo sobre algo, mas ele apenas pediu que ela esperasse:
— Já falo com a equipe, só vou deixar minhas coisas na sala.
Assim que abriu a porta, congelou por um instante. Dona Isadora estava sentada à sua espera. Tudo o que vinha tentando evitar estava ali, diante dele.
— Como você não queria ir me ver, eu vim até aqui — disse ela.
— Mamãe, eu só precisava de mais tempo.
— Pra me enrolar, né? Eu te conheço, filho. - Ela se levantou e o abraçou.
Henrique sentiu o estômago gelar. Sabia o que estava por v