A sala das runas ficava sob o castelo, onde a pedra era mais antiga que o próprio Norte.
Era um círculo perfeito, talhado a golpes de séculos, com veias de quartzo que brilhavam sob a luz das tochas como rios de gelo.
Erynn caminhava à frente, o cajado tocando o chão em cadência de coração.
Helena vinha logo atrás, o manto colado ao corpo, o selo ardendo como se fosse febre.
Kael seguia silencioso, mas o ar em torno dele tinha peso de tempestade.
Ronan fechava a retaguarda com seis guerreiros.
— Se algo sair errado — murmurou —, abrimos caminho para fora.
Erynn não olhou.
— Se algo sair errado, não haverá “fora”.
No centro da sala, três anéis concêntricos estavam gravados no piso.
No primeiro, runas do vento; no segundo, do sangue; no terceiro, do silêncio.
E, ligando os três, traços finíssimos, como fios de teia.
— Este é o Ritual dos Ecos — disse Erynn, girando o cajado. — Foi escrito quando a primeira Luna morreu. Não para trazê-la de volta, mas para impedir que a fenda a trouxesse