Tessa apertou o volante com força, encarando a porta fechada de casa com o olhar perdido.
Ela havia estacionado na entrada, mas não desligara o motor, de modo que o carro ainda permanecia ligado, embora mal conseguisse ouvir o som do motor diante do turbilhão de pensamentos que martelavam em sua mente.
Henry.
Seu pai.
Não. Seu pai biológico.
As palavras soavam estranhas, por isso ela as repetiu mentalmente, tentando fazer com que parecessem reais, mas não se encaixavam, como se não pertencessem a ela.
Com as mãos trêmulas sobre o colo e os dedos ainda duros do tempo em que seguraram o volante, ela pensou que deveria entrar, apagar aquela noite da memória e fingir normalidade, mas não fazia ideia de como.
Seu pai, o único que conhecera na vida, era Kris Miller, e agora, de repente, havia aquele homem. Um estranho, afirmando ser o verdadeiro pai que lhe fora tirado.
Assim, Tessa fechou os olhos com força.
Logo, o leve estalo contra o vidro a surpreendeu, e, virando-se rápido, deparou-se