Celina se senta na beira da cama, cruza os braços, mas ao sentir como ficaram ainda mais evidentes, desiste da posição.
— O que quer conversar comigo? — Celina questiona, não suportando mais o silencio dentro do cômodo.
Dante permanece sentado na poltrona, uma das pernas cruzada, os dedos tamborilando no apoio de braço como se contivessem um impulso.
— De onde você me conhece, como sabia que eu era um detetive?
Celina pisca, seu olhar se encontra com o dele. Ela morde o lábio. Claro que ele não se lembra dela, era apenas uma criança de dez anos na época. Destruída, pequena demais para a idade.
— Fui testemunha de um crime — responde, depois de ver que ele não mudaria de assunto até sua resposta. — No dia do acidente vi o seu distintivo.
Dante a analisa, ela não exala o cheiro de alguém que está mentindo. Mas, ele não a conhece, ela pode ser uma ótima mentirosa.
— E acha que sou o culpado — ele afirma, os olhos firmes aos dela. — Por isso acha que pode me chamar de — ele leva os dedos