Isabela POV
O helicóptero cortou a névoa como uma lâmina.
Luz branca, hélices que vomitavam vento e gotas de chuva, e o heliponto surgindo como um ponto de aço incrustado nas rochas — a boca de entrada para a base Vassiliev.
Ao atravessar a escotilha, Isabela sentiu o ar gelado da noite bater no rosto; era um ar seco, metálico, o cheiro de óleo e ozônio que sempre associara a laboratórios secretos e decisões irreversíveis.
Ela desceu em passos contidos. Cada movimento medido — o sobretudo negro escorregando como uma sombra, as botas deixando marcas curtas sobre o metal molhado. O cabelo preso num coque simples; nada de ostentação. O rosto, pálido sob a luz, ostentava traços que o tempo tinha esculpido mais nítidos: maçãs do rosto pronunciadas, boca que raramente se entregava, olhos verde-esmeralda afiando o entorno como lâminas. Não havia lágrima, apenas uma calma que assustava.
Viu-os antes que pronunciassem qualquer nome.
Nicole estava à entrada do hangar, a figura austera contra o